Papel

Estou crescendo, sempre estive e isso não é novidade alguma quando se trata de viver. A verdade é que ultimamente esse leve gostinho vem me atordoando. Lembro bem de quando abandonei os brinquedos, minhas Barbies favoritas até hoje, que agora vivem no escuro fundo de meu guarda roupa. Não gosto disso, eu não quero, por favor!Quero parar, voltar... Não quero responsabilidade, não quero 18 anos, dirigir e muito menos faculdade. Quero escola, recreio, revista Witch, festinhas, paixonite sem sentido, tirar nota baixa e ir pra recuperação. Quero no mínimo meus 16 ate o fim. Será pedir muito ao mundo? Não quero dor nas costas, nem remédio, não quero um ano de namoro, muito menos casamento. Quero nada de alegria saltitante por uma boa noite de sexo e nem excesso de estresse por um dia cheio de trabalho. Os adultos conseguem unir mais problemas que adolescentes! Não quero nada disso. Quero carrossel, historinhas para dormir, brinquedos, lápis de cor e fantasia. Não solte minha mão doce infância!O que eu faço? Para onde vou? Não, por favor! Quero choros por uma espinha indesejada e não por saber exatamente que preciso fazer escolhas.